Fala-se sempre a respeito dos principais candidatos, Sarkozy e Hollande. Mas há mais de dez outros candidatos na disputa. Vamos tentar olhar para eles e perceber suas estratégias, sua comunicação política e seu papel no contexto eleitoral e social atual.
François Bayrou está na sua terceira campanha presidencial. Sua base política foi construída durante os quatro anos (1993-97) que ocupou o Ministério da Educação. Depois disso sempre permaneceu à margem do poder. No contexto atual, está desgastado.
Seu projeto está centrado na construção da figura do “terceiro homem”, ou seja, do candidato que constituiria uma alternativa à UMP (Sarkozy) , de um lado, e aos socialistas, de outro.Com esse discurso, em 2007, triscou no segundo turno, com 18,57% dos votos. Agora, porém, está longe de repetir a façanha. Sua terceira via está desgastada. Basicamente porque se os socialistas puxam para o centro e a direitra também, fica muito difícil comunicar que se ocupa uma posição mais central que o próprio centro. Acaba não fazendo diferença.
Evidanto tomar posições que o caracterizassem à direita ou à esquerda, acabou por dilapidar seu capital eleitoral. Nas pesquisas de intenção de voto, Bayroiu oscila entre 7 e 9%.
A palavra forte da sua comunicação política é a “credibilidade”. Procura se mostrar com um homem persistente em seu projeto. Um obtinado, mas por princípios. É claro que há uma duplicidade de sentidos aí, porque não é possível, é claro, ocupar uma posição pouco marcada e eternamente ao centro e, ao mesmo tempo, ter tanta firmeza de projeto.
Uma de suas frases prediletas traduz essa marca de persistência: "Os outros devem se reiventar; eu não” (“Les autres doivent se réinventer, moi pas."). É uma frase que causa um bom efeito quando você é candidato pela segunda vez. Mas ela gera um imenso desgaste quando você é candidato pela terceira vez.
Comentários