Conversei pelo FB com um amigo jornalista em São Paulo e ele se mostrou imporessionado com o crescimento do PSOL no Pará e no Amapá. Tendeu a interpretar esse fato como uma situação política inovadora e decorrente de um esgotamento de forças políticas tradicionais.
Expliquei que não é o caso.
O crescimento do PSOL no extremo norte brasileiro pode parecer um crescimento partidário orgânico, conjuntural ao cenário
regional. Mas não é. São duas situações isoladas e diferentes. Em Belém, Edmilson
Rodrigues, ex-prefeito petista, bem avaliado e com importante trabalho
realizado, deslocou o eleitorado petista para sua candidatura. O candidato do
PT, Alfredo Costa, teve apenas 3% dos votos.
Em Macapá, Clécio Luiz cresceu com
base na rejeição do governador Camilo Capiberibe (PSB), transferida para sua
cândida, Cristina Almeida. Em nenhum dos dois casos se trata de uma construção
orgânica partidária, mas sim de uma conjuntura específica.
Em relação ao grau de "novidade" que essas candidaturas apresentam, é preciso considerar, em um caso, que Edmilson foi prefeito de Belém em duas ocasiões, sempre batendo récordes de avaliação positiva.
E que a candidatura de Clécio, em Macapá, se produz na esteira da boa avaliação do senador Randolfe Rodrigues, que é um personagem que não deixa de dialogar com José Sarney (que, como se sabe, não pode ser evocado, exatamente, como algo novo), inclusive contrariando o próprio PSOL em outras praiagens.
Não obstante, é possível perceber, sim, um crescimento
orgânico partidário do PSOL no Pará, no que se refere à eleição para a câmara
de Belém, de Marinor Brito, a vereadora mais votada da cidade após ter seu
mandato de senadora conspurcado pelo retorno de Jáder Barbalho, inocentado da
Ficha Limpa no ano passado.
A eleição de Marinor exprime aliança da política com o eleitor, construída com base numa ação iminentemente partidarizada.
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